terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Grito Suburbano ou Uma Publicação Chamada FANZINE

Mídia. Muitas vezes, uma expressão que, nos dias de hoje, assusta a qualquer um que nada contra a corrente do “sistema”, afinal é, geralmente, associada com “publicidade” e “alienação”. Mas muitos VIVOS suburbanos se utilizam de uma “mídia” para dar voz aos seus anseios libertários, revolucionários, nervosos, prazerosos, divertidos ou fanáticos. Uma “mídia independente”, de rua, de próprio punho, feita de suor e braços.

O fanzine.

A palavra fanzine é formada por outras duas de origem inglesa: fanatic magazine, literalmente, “revista de fã”. Uma publicação sem restrições mercadológicas, o fanzine expressa o que seus criadores quiserem, idéias e mensagens próprias, quase como um panfleto. Sobre os mais variados assuntos, o fanzine circula pelo submundo do pop-cult como propagador, como mensageiro dos ventos.
De caráter totalmente independente, uma legítima mídia de rua, o fanzine, dentro de movimentos sociais, culturais, políticos ou apolíticos, artísticos e afins prima pela sua honestidade. Nas mãos certas é uma ferramenta decente de luta, de resistência e de comunicação. Pelo esforço de quem o edita, chega àqueles que precisam dele, que podem multiplicá-lo. Sim, legítima mídia contracultural.

O primeiro fanzine que se tem registro no Brasil é o Ficção, de Edson Rontani, publicado em Piracicaba/SP nos idos de 1965. Nessa época, o termo utilizado era “boletim”. A motivação de Edson foi manter contato com colecionadores de publicações em quadrinhos da época, trazendo um acervo de informações desses materiais desde 1905. A grande produção de fanzines no país está ligada aos quadrinhos, sendo recentemente incorporados à história dos quadrinhos brasileiros, uma vez que eram um grito contra o descaso das editoras em relação a esse tipo de arte popular.

Exemplo underground de cultura, os fanzines tem força histórica: foram marcantes nos movimentos franceses de contra-cultura do ano de 1968.

Trago nesse blog uma motivação “fanzinesca”, como se fosse um zine digital. Voltando a citar pensamentos de Gramsci, vejo o fanzine como uma maneira de não subjugação cultural, uma maneira de utilizar espaços abertos dentro do próprio sistema para lutar.

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