Pera aí! (ou como dizem na escola: Espera aí!) Quer dizer que eu posso seguir o coelho Pelo mundo dos rabiscos gigantes (tão maiores que eu, colossos!) dançando e girando, correndo e deslizando?! - Ao invés de tomar aquele chato caminho insosso de broncas retas?
Ora, ora! Que das letras e formas eu posso, Mais que ouvir a aspereza do errado ou duvidoso, Senti-las como eu quiser, Seja com olhos, ouvidos, lábios (cantatas) ou nariz? (se os contornos de Manoel de Barros forem cheirosos!)
Viva! Vivo sim! Como Alice no trem de voltas e meia em 80 dias De vida, leitura, prazer, sabor, cor e dengo (amor pela língua-arte como por um bichinho de estimação). Na sala de aula, zuuuuuum! Passa o coelho abrindo o mundo Como as mãos de um Maluquinho de pedra Que pega carona em cometas, Longe das madastras más que destroçam nossos sonhos Com letras sem música ou rima.
Assim, a toca do coelho e chamado Senhor Literatura, Que não tem pressa, pois está catando gravetos e restos de sobremesa para fazer poesia é profunda, sem nos fundar a cuca ou os dedos miúdos que seguem as linhas maravilhosas do brochura dourado.
Tenho certeza que, Se o coelho fantástico nos deixasse uma pedra No meio do caminho de nossas vistas (tão fatigadas, as coitadas) Mandaríamos poesias contra as guerras (Tesourinhas bem brasilienses ao invés de armas). Ali, no meio dos jovens orvalhos desnudos de letras.
A escola seria O outro lado do rio, O campo, o País das Maravilhas! Onde tomaríamos chá com o chapeleiro, com o velho professor E amaríamos o mundo como pequenos pedaços de pêra com leite Para termos vontade de acordar amanhã.
Às vezes dói lá dentro, lá no fundo do ser existencial...e dá vontade de escrever. Meio sem rótulo, meio sem jeito, meio sem rumo. O incômodo é poético demais para zanzar na cabeça do homem sem gerar frutos maduros, sem incomodar outros.
De repente uma raiva, uma lágrima, um sorriso, um tesão...soa uma música e saem as palavras como sangue de uma ferida profunda. Me deem espaço, para gritar, para odiar tudo e todos! Sozinho! Ou não!
Um lugar. Um difícil lugar. Um espaço para ser, além da carcaça...de idéias! Como diria um personagem CONTRACULTURAL que gosto pra caralho: "ideias são a prova de balas"!
nem herói, nem vilão; não lúcido o bastante, nem demasiado louco; nem eu, nem ninguém; interno, mas mais livre que todos lá fora; educador, contraculturado e anti-magnífico; amante de uma linda Condessa underground; vivo e cadáver.