sexta-feira, 10 de abril de 2009

A MINHA ESCOLA LIVRO

Por quê seguir o coelho branco na escola (?)

Pera aí!
(ou como dizem na escola: Espera aí!)
Quer dizer que eu posso seguir o coelho
Pelo mundo dos rabiscos gigantes
(tão maiores que eu, colossos!)
dançando e girando, correndo e deslizando?!
- Ao invés de tomar aquele chato caminho insosso de broncas retas?

Ora, ora!
Que das letras e formas eu posso,
Mais que ouvir a aspereza do errado ou duvidoso,
Senti-las como eu quiser,
Seja com olhos, ouvidos, lábios (cantatas) ou nariz?
(se os contornos de Manoel de Barros forem cheirosos!)

Viva!
Vivo sim! Como Alice no trem de voltas e meia em 80 dias
De vida, leitura, prazer, sabor, cor e dengo
(amor pela língua-arte como por um bichinho de estimação).
Na sala de aula, zuuuuuum! Passa o coelho abrindo o mundo
Como as mãos de um Maluquinho de pedra
Que pega carona em cometas,
Longe das madastras más que destroçam nossos sonhos
Com letras sem música ou rima.

Assim, a toca do coelho e chamado Senhor Literatura,
Que não tem pressa, pois está catando gravetos e restos de sobremesa
para fazer poesia
é profunda, sem nos fundar a cuca ou os dedos miúdos
que seguem as linhas maravilhosas do brochura dourado.

Tenho certeza que,
Se o coelho fantástico nos deixasse uma pedra
No meio do caminho de nossas vistas (tão fatigadas, as coitadas)
Mandaríamos poesias contra as guerras
(Tesourinhas bem brasilienses ao invés de armas).
Ali, no meio dos jovens orvalhos desnudos de letras.

A escola seria O outro lado do rio,
O campo, o País das Maravilhas!
Onde tomaríamos chá com o chapeleiro, com o velho professor
E amaríamos o mundo como pequenos pedaços de pêra com leite
Para termos vontade de acordar amanhã.

Conde Luís F.

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